"Se perdoe por ter ficado quando deveria ter ido." Essa frase carrega a força silenciosa do arrependimento e o peso de todas as vezes que escolhemos permanecer em lugares, situações ou relacionamentos que já não nos cabiam mais. Perdoar-se é reconhecer que, naquele momento, você fez o que podia com as ferramentas e o entendimento que tinha. É olhar para trás com compaixão e não com julgamento. Ficar quando o coração já implorava por partida não é um erro, mas uma expressão da tentativa de se adaptar, de tentar fazer dar certo, de acreditar que as coisas poderiam mudar. Talvez tenha sido por medo do desconhecido, por esperança de um futuro diferente ou pela falsa sensação de segurança que o familiar traz. O que importa agora é entender que, mesmo nos momentos em que não escolhemos o melhor para nós, estávamos buscando algo que julgávamos importante: conforto, amor ou aceitação.
Ao se perdoar, você se liberta das correntes do "e se" e do "deveria". Você se permite crescer a partir das suas decisões, compreendendo que o passado não define o seu valor, mas é parte da sua história de aprendizado. Perdoar-se é um ato de coragem, um passo para reconquistar a própria paz e se abrir para novas possibilidades, agora com a sabedoria de quem já viveu e superou. É um convite para seguir em frente, honrando o que você sentiu, mas sem deixar que isso o prenda. Afinal, todos nós somos feitos de idas e vindas, de permanências e partidas. E tudo bem.
Psicóloga Regina Lopes
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