sábado, 17 de fevereiro de 2018

SAUDADE ETERNA!


“ O SENHOR O DEU,O SENHOR TOMOU;BENDITO SEJA O NOME DO SENHOR” Jó 1:21b
Minha tia Edina amada e querida dorme nos braços do Pai. Perdemos o convívio, mas existem pessoas que nunca morrem, elas se eternizam em nossos corações, e minha tia é uma dessas pessoas. Inesquecível! Com certeza deixará muita saudade. A vida e as pessoas são como nós à vemos e o meu olhar para minha amada tia sempre foi o melhor, pois sempre consegui vê-la como uma mulher íntegra, de um coração bondoso, generosa. Seus defeitos para mim ficaram pequenos, tamanho era suas virtudes. Deixa um legado de mulher forte, determinada, e de muita fé.
O sofrimento que acometeu  seu corpo não abalou sua fé. Perseverou até o fim, jamais blasfemou ou negou a fé. Tinha sempre um conselho a dar, espírito alegre, sorridente, amava cantar. Muitas são as lembranças que guardo em minha memória da minha amada tia, e à Deus agradeço por ter me concedido o privilégio de estar ao seu lado durante muitos anos de sua vida, e louvo à Deus por ouvir de seus lábios por várias vezes: - “você é uma filha abençoada”. Só posso agradecer à Deus por ter me dado uma tia tão maravilhosa que amarei PRA SEMPRE! Guardarei esse sorriso em meu coração. 14/02/2018. +
Ângela Moreira.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

A ARTE DO DESAPEGO.

"Muitos vivenciam o amor como um rasgo a que a alma se submete intencionalmente para exigir que a mão do amado a costure. O problema é que a mão do outro nem sempre está disponível para esse trabalho: a alma sangra, dói, e os rasgos se expandem… A dor, quando bem resolvida, pode ser um prenúncio de beleza. Mas, para que o belo de fato advenha, é preciso viver a dor, senti-la, tocá-la, integrar-se a ela, e transmutá-la, sabedores de que o vivenciar a dor também é parte do exercício de amor.
Já tive muitos castelos desmoronados na poeira dos dias. Quem não os teve? E a dor, nesse caso, é inevitável. Em nossa alma aprendiz, amar é desejar estar ao lado do outro, dentro do outro. É querer ser o outro sem sair de si mesmo. É construir uma redoma de sonho e ali inserir o amado, sob a eterna e vigilante proteção dos nossos olhos.
E queremos que o outro caiba exatamente no nosso sonho e viva o nosso projeto de existência. Que ele esteja no cenário que construímos e encene o papel que lhe escrevemos.
E, num repente, algum novo vento nos sopra e mostra que o outro não é exatamente o aquele a quem julgamos amar. Percebemos que ele tem segredos e mistérios maiores que pensávamos e ficamos perplexos ao perceber que ele tem caminhos traçados e que quer percorrê-los, muitas vezes, sem nós.
Perdemos a voz ao saber que a alma do outro é hóspede e hospedeira de outras almas. E as nossas pernas tremem ao constatar que a redoma era ilusão. Que todo o castelo de amor era ilusório. E a dor chega e castiga e fustiga a alma com cem mil acusações.
O que nos sangra, num momento como esse, é a obrigação de desamar. Mas será que isso existe? Os poetas, há muito, já apregoaram que o amor é sempre “para sempre”. Questionaremos as verdades poéticas? Banalizaremos o amor? Faremos dele um bibelô barato e quebrável destinado a adornar, por breves dias, as estantes da nossa alma?
Ocorre que somos ainda aprendizes da arte do eterno. O amor não reside senão no desejo da plenitude do outro. Ele não se esmera a não ser no respeito ao outro. Ele não pulsa a não ser para o querer o bem e sonha que o outro, pássaro livre em perfeição de voo, possa vislumbrar, dos cumes de si mesmo, os mais belos sentimentos e paisagens da terra.
E assim, quando o outro não mais deseja estar ao nosso lado, isso nos fere e sangra, mas o que nos massacra não é o outro. É desejo egoístico de aprisionar um espírito que também, assim como nós, tem sede de infinitos.
Tenho comigo que o que mais dói é a obrigatoriedade que nos impomos, quando o castelo desmorona, de desamar o outro. E embora talvez não o tenhamos amado de fato, fizemos um esboço de amor e é desorientador apagá-lo. Desamar é doloroso demais, porque o desfazimento do amor é contrário à nossa natureza etérea, espiritual, eterna.
Devemos, sim, exercitar o desapego; não o desamor. Desejar a liberdade, a integralidade, a plenitude do outro. Compreender que o que dói não é o amor não correspondido, mas a quebra das correntes (talvez até de ouro) com que tentávamos prender alguém. Apenas quando soubermos apreciar com encantamento a liberdade, seja ela nossa ou de um ser amado, teremos conhecido a face invisível e invencível de um amor verdadeiro.
E a alma, outrora rasgada, fará das cicatrizes uma arte emoldurada e rebordada de vida, na certeza de que toda a dor, bem lá no fundo, labora a nosso favor".
(Nara Rúbia Ribeiro).